Os dados recém-divulgados pelo Ministério da Saúde e pela ANS mostram que 95% da população de Roraima depende exclusivamente do SUS. O estado lidera o ranking nacional de usuários do sistema público, evidenciando a urgente necessidade de repensarmos o papel da saúde suplementar nas regiões com menor acesso a planos privados.
Enquanto São Paulo apresenta um índice de dependência de 59%, estados como Maranhão, Acre e Piauí também ultrapassam a marca dos 90%. Em Roraima, pouco mais de 31 mil pessoas possuem planos de saúde privados. Os demais — a imensa maioria — contam apenas com o SUS para exames, consultas, cirurgias e tratamentos.
A alta dependência do sistema público de saúde na região Norte é explicada por fatores como menor presença de planos de saúde privados, menor renda média da população e a forte interiorização do SUS.
Reforço que é papel da saúde suplementar contribuir para desafogar o sistema público, oferecendo acesso, prevenção e qualidade assistencial. A disparidade entre regiões escancara uma desigualdade histórica que precisa ser enfrentada com soluções criativas e sustentáveis. A atuação das administradoras de benefícios é fundamental nesse cenário, oferecendo alternativas acessíveis e personalizadas que podem ampliar o alcance da saúde privada a populações que hoje estão à margem do sistema.
Não se trata de substituir o SUS — que é essencial e deve ser fortalecido —, mas de somar esforços em um modelo de saúde suplementar que funcione para todos os brasileiros. A saúde suplementar precisa estar onde o cidadão está. E é exatamente nas regiões com maior dependência do SUS que devemos ampliar nosso olhar e atuação.
