Apesar do reajuste de quase 10% dos planos de saúde individuais e familiares, são os planos coletivos que costumam registrar aumentos abusivos, segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.
Os contratos coletivos representam 80% do mercado de planos de saúde no país. No entanto, o reajuste dessa categoria não é regulado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar. Com isso, sem o controle da ANS, as operadoras têm mais liberdade para reajustar os valores.
De acordo com a coordenadora do Programa de Saúde do Idec, Ana Carolina Navarrete, somente neste ano, o órgão já identificou aumentos que variam entre 29% e 35%.
Nesta segunda-feira (12), a ANS autorizou o reajuste de 9,63% dos planos de saúde individuais e familiares. Segundo Ana Carolina Navarrete, o aumento é 67% superior à inflação, o que pode dificultar a permanência dos usuários nesses planos.
No entanto, na outra ponta, estão as operadoras. Segundo o presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB), Alessandro Acayaba de Toledo, o reajuste ainda é inferior às despesas do último ano, já que, apesar do aumento da utilização dos planos, houve alta de procedimentos.
Mas, em meio às contas, está o consumidor que, na maioria das vezes, precisa escolher quem da família será beneficiado com a assistência médica. Esse é o caso da aposentada Francisca Medeiros que, aos 67 anos, não consegue aderir ao plano por conta dos valores e ajuda a pagar o da neta, de 9 anos.
De acordo com a ANS, o índice definido para 2023 reflete a variação das despesas assistenciais ocorridas em 2022 em comparação com as despesas assistenciais de 2021 de beneficiários de planos de saúde individuais e familiares.