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ANS: usuários de planos de saúde do RS podem atrasar pagamento

Como forma de apoio aos gaúchos, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) definiu algumas medidas para manter o acesso dos beneficiários aos sistemas de saúde e a reorganização financeira. Entre as principais decisões, está a suspensão por 10 dias do prazo de pagamento das mensalidades com vencimento em maio. Além disso, ficou estabelecida a suspensão do prazo máximo de atendimento, o que irá contribuir para a celeridade no acesso ao sistema pelos beneficiários.

Para Alessandro Acayaba, presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab), a decisão é acertada, porque a saúde da população nesse período torna-se mais debilitada e melhorar o acesso, da forma que for possível, é um esforço de todos.

“Todo o sistema neste momento se empenha em facilitar o atendimento aos afetados. Estamos falando de pessoas que, em muitos casos, precisam de atendimento de urgência e emergência. Há risco alto de doenças contagiosas com águas contaminadas na enchente. Os planos de saúde acabam sendo indispensável suporte assistencial no Sul”, ressalta.

O executivo reitera também a importância de se criar alternativas que reforcem a interoperabilidade entre o sistema público e privado, como forma de viabilizar o acesso aos serviços de saúde.

“A tecnologia pode ser uma aliada nesse sentido, criando, na medida em que a conectividade seja viável, teleconsultas e teleorientação para os beneficiários, além do envio de instruções sanitárias para combater questões como essa contaminação por doenças que podem surgir com as enchentes” detalha.

Segundo a Anab, “além das demandas médicas decorrentes das enchentes no estado, também há a demanda de um grande número de beneficiários que possuem doenças crônicas e tratamentos médicos em andamento, que não podem ficar desassistidos.”

Na cidade de Rio Grande (RS), o Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. deixará de receber pacientes, e os atuais serão transferidos de forma gradual, de acordo com a complexidade dos casos. O anúncio foi feito pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) em razão do aumento do nível da Lagoa do Patos, provocado pelos fortes temporais que atingem o estado.

Em nota, a Ebserh informou que o hospital está localizado em uma área considerada de risco, próxima à Lagoa dos Patos. Devem ser transferidos primeiramente pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI) adulto, pediátrica e neonatal, com prioridade para os que estão em ventilação mecânica. Em seguida, será a vez de pacientes de alta dependência e, por último, os com maior autonomia.

“Também serão realizadas transferências dos pacientes clínicos para a Associação de Santa Casa do Rio Grande”, destacou o comunicado. Ainda de acordo com a Ebserh, a referência de maternidade de alto risco para os municípios gaúchos de Chuí, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar e São José do Norte passa a ser o Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas e a Santa Casa de Caridade de Bagé.

“Dessa forma, as gestantes de alto risco deverão procurar a unidade de pronto atendimento (UPA) mais próxima de sua residência para encaminhamento ao hospital de referência. Já em relação a risco habitual, as gestantes serão direcionadas à Maternidade do Hospital Santa Casa do Rio Grande, que foi deslocada para o Hospital de Cardiologia” detalhou a nota.

Vinculada ao Ministério da Educação, a Ebserh informou ter antecipado a liberação de R$ 18 milhões em recursos destinados ao atendimento de pacientes do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas e do Hospital Universitário de Santa Maria. “A medida faz parte do conjunto de ações do governo federal no Plano de Enfrentamento às Enchentes na Macrorregião Sul.”

No Hospital Universitário de Santa Maria, 151 novos funcionários estão sendo convocados para viabilizar a ampliação do atendimento na unidade hospitalar. “A medida permitirá a abertura de d10 novos leitos de UTI coronariana e a criação de seis novos leitos de UTI geral”, destaca a empresa.

O recente cenário de calamidade pública provocado pelas enchentes no Rio Grande do Sul tem demandado uma resposta urgente e coordenada para atender às necessidades das comunidades afetadas. Milhares de pessoas ao redor do mundo se mobilizaram para enviar doações dos mais variados segmentos e atuar na linha de frente, resgatando pessoas e animais. A atuação dos voluntários tem se mostrado essencial nesse momento.

As enchentes causaram danos significativos em várias cidades, deixando um rastro de destruição e dificuldades para os moradores. Além das necessidades imediatas de abrigo, alimentos e roupas, emergiu também a urgência de serviços de saúde, incluindo o atendimento odontológico, pois, centenas de moradores perderam o acesso aos serviços de saúde. Infelizmente, com a falta de energia, suprimentos básicos e a interdição de consultórios odontológicos, muitos gaúchos enfrentam dores e infecções bucais que requerem atenção imediata.

 

Fonte: Monitor Mercantil 

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alessandro acayaba de toledo

Advogado especializado em direito na saúde, com mais de vinte anos de experiência no setor de saúde suplementar e na consultoria a entidades e sociedades de especialidades médicas. 

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